sexta-feira, 21 de junho de 2013
Exercício mais sono
A atividade física acrescentada ao dia-a-dia é igual a uma menor incidência de tumores. Essa conta parecia manjada no meio científico. No entanto, uma novíssima pesquisa revela que é indispensável somar boas noites de sono para ela ficar redonda. No estudo, quase 6 mil mulheres foram acompanhadas durante dez anos. Ao final desse período, as que incluíam sessões generosas de atividade física na rotina apresentaram uma probabilidade 25% menor de desenvolver qualquer tipo de câncer. E parecia tudo conforme o esperado, até que um panorama diverso foi verificado nas voluntárias que, mesmo suando a camisa, dormiam menos de sete horas por noite, tempo considerado insuficiente para o organismo se recompor de uma jornada — ainda mais aquela que contempla gastos físicos.
Entre as pessoas que se exercitavam mas não dormiam direito, os pesquisadores constataram um risco até 47% maior de desenvolver um câncer, como se o tiro saísse pela culatra. "Os dados sugerem que o sono tem uma importância ímpar nessa equação". A hipótese levantada para explicar a relevância do descanso noturno nessa história toda tem a ver com o envelhecimento celular. "Quem dorme pouco antecipa esse fenômeno" . E isso predispõe a inúmeras doenças, entre elas os "tumores malignos". Ou seja, as células de quem não repousa adequadamente à noite perdem sua eficiência rapidamente, abrindo caminho para mutações que podem predispor ao aparecimento de um câncer. O exercício, então, seria outro fator capaz de acelerar esse processo, sem o sono para restaurar o corpo submetido a esforço.
"Existem evidências de que exercícios bem-feitos estimulam o sistema imunológico e diminuem a incidência de inflamações pelo corpo". Mas poucas horas de sono atuam no sentido contrário, prejudicando as defesas e favorecendo quadros inflamatórios". No final, no mínimo não há vantagens. E que fique claro: um corpo com defesas fragilizadas e refém de constantes processos inflamatórios se torna bastante vulnerável a tumores.
A obesidade também pesa nessa conta — afinal, por incrível que pareça, há uma ligação entre falta de sono e sobrepeso. Em outras palavras, não adianta nada ralar no esporte se isso prejudicar suas horas de descanso. As noites maldormidas destrambelham o organismo a ponto de interferir nos mecanismos que regulam a saciedade. Daí, no dia seguinte, o indivíduo fica com um apetite de leão. Resumo da ópera: ele passa a comer mais, e a circunferência de sua cintura só tende a se expandir por causa, inclusive, de hormônios ligados ao estresse. "O excesso de peso é outro fator de risco para o câncer"
O motivo é simples: as células que armazenam gordura, quando estão empanturradas, passam a produzir substâncias nocivas que contribuem para a gênese da doença.
Por tudo isso, já dá para entender que dormir pelo menos oito horas é o primeiro passo para quem pretende se exercitar. E é melhor que se durma à noite, como faz grande parte da população. Adormecer sob o breu noturno contribui para ajustar os ponteiros do nosso relógio biológico, que é regido pelo ciclo dia-e-noite, o chamado ritmo circadiano. Daí, adormecido no horário em que a natureza manda, nosso corpo produz boas doses de melatonina, o hormônio do sono. "Essa substância é um dos antioxidantes naturais mais poderosos. "Além de evitar danos às células, é capaz de mobilizar mecanismos de reparação do DNA, quando ele já sofreu algum prejuízo"
fonte : saúde.abril.com
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